O
Observador Permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas em Genebra, Dom
Silvano Tomasi, discursou, na manhã desta terça-feira, 17, durante a 28ª Sessão
do Conselho dos Direitos Humanos. A plenária do Palácio das Nações foi aberta
para as considerações dos países após a apresentação do relatório da Comissão
Internacional Independente de Investigação na República Árabe da Síria.
As investigações apontaram que, desde o início da guerra na
Síria, 4 anos atrás, cerca de 10 milhões de pessoas abandonaram o país. Destes,
cerca de 3 milhões – principalmente mulheres e crianças – são hoje refugiados
nos países vizinhos.
Crianças-soldado
Dom Tomasi citou as fontes que revelam como as crianças sofrem
as brutais consequências do conflito, sendo recrutadas, treinadas e usadas em
combate, até mesmo como escudos humanos em ataques militares.
“O autoproclamado Estado Islâmico (EI) piorou ainda mais esta
situação treinando e usando crianças como kamikazes, matando crianças de outras
religiões e etnias, vendendo crianças como escravas, executando grandes números
de meninos e outras atrocidades”, denunciou o arcebispo.
Apólides
Hoje, no mundo, são 10 milhões de crianças apólides, ou seja,
que não têm uma nacionalidade. A ONU aponta que ao menos 30 mil crianças
fugidas da Síria hoje estão no limbo daquelas sem cidadania.
Destas, 3,5 mil não têm família ou identidade. “São
crianças-fantasma”, destacou Dom Tomasi, ao dizer à Comunidade Internacional
que simplificar os mecanismos e as exigências para o registro é um passo para
resolver a chaga das crianças apólides.
Educação
Ao terem uma identidade, estas crianças precisam de educação,
aponta o Observador da Santa Sé. O relatório mostrou que ao menos 5 mil escolas
foram destruídas na Síria, onde mais de 1,5 milhão de estudantes não tem mais
acesso aos estudos.
“O EI ainda fechou uma grande quantidade de escolas em regiões
por ele controlada”, recordou Dom Tomasi ao advertir que “a Comunidade
Internacional, como um todo, parece ter menosprezado a extensão da crise na
Síria”.
Por
Canção Nova, com Rádio Vaticano
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